Mesmo que o aspecto nutricional não represente a causa e nem a cura da endometriose, a forma como nos nutrimos impacta diretamente no funcionamento de nosso organismo e, no caso da endometriose, pode chegar a ser o gatilho de alguns sintomas ou um modo de ajudar a controlá-los.
Todavia, a mudança de hábitos alimentares é um processo individual e, no caso de pacientes acometidas pela endometriose, vale a pena adequar sua alimentação às bases de uma dieta anti-inflamatória capaz de aliviar muitos sintomas, principalmente as dores.
Assim, uma nutrição diferenciada, possibilita às mulheres acometidas por esta doença a retomar parte do controle sobre sua saúde, algo que muitas sentem ter perdido para sempre.
Os primeiros alimentos que devem ser evitados são os mesmos que se restringe em qualquer dieta, ou seja, os produtos refinados, sintéticos, processados e industrializados, como refrigerantes, cereais matinais, leite, farinha branca, açúcar, embutidos, carne vermelha, adoçantes artificiais, soja, gorduras saturadas e outros que contenham aditivos químicos, como corantes e conservantes, uma vez que esses sobrecarregam nosso organismo de maneira tóxica.
Além disso, o glúten, proteína presente nos grãos, como trigo, centeio e cevada, pode prejudicar muito, uma vez que se trata de uma proteína de difícil digestão, acarretando inchaço abdominal e aumento dos níveis de dor pélvica. Se possível, opte por alimentos livres dessa proteína, como quinoa, lentilha, ervilha, arroz, grão-de-bico, legumes, frutas e alimentos ricos em fibra, que ajudam a regular o intestino, auxiliam na digestão e prolongam a sensação de saciedade.
Neste sentido, também é muito importante estar atento aos rótulos dos alimentos antes de comprá-los, pois muitos apresentam glúten em sua composição. Dê preferência por molhos e condimentos caseiros, feitos com ingredientes frescos e livres das químicas industriais.
Os laticínios e a soja também são compostos extremamente inflamatórios e de difícil digestão, além de conter altas quantidades de hormônios.
A lactose, açúcar natural do leite, gera inchaços abdominais, dores e incômodos, especialmente quando as bactérias da flora intestinal começam o processo de digestão e fermentação. A caseína, proteína do leite, é igualmente perigosa para mulheres com endometriose, uma vez que gera reações alérgicas semelhantes à intolerância à lactose, impactando no sistema gastrointestinal e piorando os episódios de dor.
Desse modo, prefira os leites de amêndoas, coco ou arroz e consuma alimentos ricos em cálcio, como vegetais de folhas verdes, amêndoas cruas e salmão fresco.
Em uma dieta anti-inflamatória, também é relevante diminuir o consumo de carne vermelha devido à sua difícil digestão, o que pode levar, inclusive, à síndrome do intestino irritável. Os chocolates e as frituras estão igualmente condenados por gerarem um desequilíbrio no organismo capaz de impulsionar processos inflamatórios. Além disso, existem estudos que relacionam o consumo em excesso de carne vermelha e alimentos processados ao surgimento da endometriose.
Outros vilões dessa história são o álcool, bebidas energéticas e cafeinadas – considere eliminá-los!
Essas mudanças de hábito exigem, principalmente, força de vontade e disciplina, mas os resultados compensam todo sacrifício, visto que a maioria das mulheres com endometriose que tem uma alimentação regulada apresentam melhoras importantes em sua qualidade de vida, além de uma diminuição considerável dos sintomas severos.
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