Apesar de muitas mulheres receberem o diagnóstico de endometriose por volta dos 30 – 40 anos, é muito comum que os seus sintomas apareçam ainda na adolescência, após a menarca (primeira menstruação). Entre eles, o mais comum é a dismenorreia (dor/cólica abdominal). 

A título de curiosidade, um estudo publicado em 2020 mostrou que, de 1.000 adolescentes sintomáticas estudadas (afinal, precisamos nos lembrar de que essa doença pode ser silenciosa), 64% apresentaram endometriose. Esse é um dado importante para entendermos que um dos principais erros associados a essa condição é subestimar os seus sintomas, especialmente quando se é jovem. 

Pensando nisso e, claro, procurando evitar o diagnóstico tardio da endometriose, preparei este artigo com as principais características desta na adolescência. Então, para saber mais sobre esse assunto, prepare um café, sente-se confortavelmente e venha comigo. 

Primeiramente: como saber se a dismenorreia precisa ser investigada?

A cólica é, definitivamente, um dos principais sintomas da menstruação. No entanto, a depender de algumas circunstâncias, ela ultrapassa os limites da normalidade. 

Sentir um leve desconforto nos primeiros dias de um período é comum, especialmente quando o uso de analgésicos ajuda a aliviar esse quadro. A situação, no entanto, muda de figura quando a dismenorreia incapacita a paciente, impedindo-a de ir à escola, por exemplo, ou de exercer atividades comuns do dia a dia. 

Além disso, é importante se atentar às dores que ocorrem fora do período menstrual e, ainda, que não melhoram após a administração de medicamentos. Sendo assim, caso qualquer um dos exemplos citados acima se manifeste, procure por orientação médica. 

Quais são os principais sintomas da endometriose na adolescência?

Quando eles se manifestam, costumam incluir:

• – dor pélvica crônica acíclica (principal sintoma);
• – distensão abdominal (inchaço);
• – dismenorreia;
• – intestino irritado
• – dor ao urinar (somente em casos crônicos e, normalmente, ocorre junto à menstruação);
• – desconforto durante as relações sexuais.

E o que fazer para aliviá-los?

Caso qualquer um dos sintomas acima esteja muito intenso ou limitante, o ideal é sempre buscar por orientações médicas. No entanto, é importante saber, também, que existem algumas técnicas que podem amenizar este quadro. São elas:

• – praticar atividades físicas regularmente;
• – ter boas noites de sono;
• – reduzir o consumo de alimentos gordurosos, processados e açucarados;
• — manter uma dieta rica em grãos, peixes, leguminosas e verduras verde-escuras;
• – buscar meios para aliviar a ansiedade (meditação, sair para correr, praticar yoga etc).

Causas 

Ainda não se sabe, ao certo, qual é a causa específica para a endometriose. No entanto, existem alguns fatores etiopatogênicos que precisam ser considerados. Entre eles, posso citar:

• – histórico familiar (especialmente em parentes próximos);
• – ter a menarca antes dos 11 anos;
• – outras causas associadas, as quais explico aqui. 

Diagnóstico e tratamento

Independentemente da idade, o rastreamento para a endometriose permanece o mesmo, ou seja, é feito por meio de:

• – análise do histórico da paciente;
• – exame pélvico;
• – exames de imagem (ultrassom endovaginal, ressonância magnética e/ou laparoscopia).

Por fim, é importante ressaltar que não existe um tratamento para a endometriose, mas sim o controle desta, incluindo a remoção dos tecidos invasores por videolaparoscopia e a administração de medicamentos para amenizar o fluxo menstrual.